eu sei que isto tem andado parado (ah ah ah, belo trocadilho) mas a verdade é que fui de ferias.. estive no brasil e so agora voltei.. para começar aqui fica uma taverna ali para os lados das Faias que para quem não conhece é no concelho do montijo. Coitados dos Amigos.. Vai lá um gajo almoçar e come gato por lebre.. livra.
in Publico de 11-08-2005 de autoria de Paulo Varela Gomes.. acho interessante e resolvi partilhar:
"O território português que está a arder - que arde há vários anos - não é um território abstracto, caído do céu aos trambolhões: é o território criado pelo regime democrático instalado em Portugal desde as eleições de 1976 (a III República Portuguesa). Está a arder por causa daquilo que o regime fez, por culpa dos responsáveis do regime e dos eleitores que votaram neles. Ardem, em Portugal, dois tipos de território: em primeiro lugar, a floresta de madeireiro, as grandes manchas arborizadas a pinheiro e eucalipto. A floresta arde porque as temperaturas não param de subir e porque, como toda a gente sabe, está suja e mal ordenada. Não foi sempre assim: este tipo de floresta começou a crescer nos últimos 50 anos, com a destruição progressiva da agricultura tradicional, ou seja, com a expropriação dos pequenos agricultores, obrigados em primeiro lugar a recorrer à floresta pela ruína da agricultura, para, depois, perderem tudo com os incêndios e desaparecerem do mapa social do país. Também isso está na matriz da III República: ela existe para "modernizar" o país, o que também quer dizer acabar com as camadas sociais de antigamente, nomeadamente os pequenos agricultores. Em 2005, os distritos de Portalegre, Castelo Branco e Faro ardem menos que os outros e não admira: já ardeu aí muita da grande mancha florestal que podia arder, já centenas de agricultores e silvicultores das serras do Caldeirão ou de S. Mamede perderam tudo o que podiam perder. O segundo tipo de território que está a arder, em particular neste ano de 2005, é o território das matas periurbanas, características dos distritos mais feios e mais destruídos do país: os do litoral Centro e Norte. Os citadinos podem ver esse território nas imagens da televisão, a arder por detrás dos bombeiros exaustos e das mulheres desesperadas que gritam "valha-me Nossa Senhora!": é o território das casas espalhadas por todas as encostas e vales, uma aqui, outra acolá, encostadas umas às outras, sem espaço para passar um autotanque, separadas por caminhos serpenteantes, que ficaram em parte por alcatroar - é o território das oficinecas no meio de matos de restolho sujo de óleo, montanhas de papel amarelecido ao sol, garrafas de plástico rebentadas. É o território dos armazéns mais ou menos ilegais, cheios de materiais de obra, roupas, mobiliário, coisas de pirotecnia, encostados a casas ou escondidos nos eucaliptais, o território dos parques de sucata entre pinheiros, rodeados de charcos de óleo, poças de gasolina, garrafas de gás, o território dos lugares que nem aldeias são, debruados a lixeiras, paletes de madeira a apodrecer, bermas atafulhadas de papel velho, embalagens, ervas secas. É o território que os citadinos, leitores de jornais, jornalistas, ministros, nunca vêem porque só andam nas auto-estradas, o território, onde, à beira de cada estradeca, no sopé de casa encosta, convenientemente escondido dos olhares pelas silvas e os tufos espessos de arbustos, há milhares - literalmente milhares - de lixeiras clandestinas, mobília velha, garrafas de plástico, madeiras de obras (é verdade, embora poucos o saibam: o campo, em Portugal, é muito mais sujo que as cidades). Este território foi criado, inteiramente criado, pela III República. Nasceu da conjugação entre um meio-enriquecimento das pessoas, que, 30 anos depois do 25 de Abril, não chega para lhes permitir uma verdadeira mudança de vida, e o colapso da autoridade do Estado central e local, este regime de desrespeito completo pela lei, que começa nos ministros e acaba no último dos cidadãos. É o território do incumprimento dos planos, das portarias e regulamentos camarários, o território da pequena e média corrupção, esse sangue, alma, nervo da III República. É evidente que a tragédia dos campos e das periferias urbanas portuguesas se deve também ao aumento das temperaturas. Para isso, o regime tão-pouco oferece perspectivas. De facto, seria necessário mudar de vida para enfrentar o que aí vem, a alteração climatérica de que começamos a experimentar apenas os primeiros efeitos: por exemplo, seria necessário reordenar a paisagem, recorrendo à expropriação de casas, oficinas, armazéns, sucatas. Seria necessário proibir a plantação de eucaliptos e pinheiros. Na cidade, pensando sobretudo nas questões relativas ao consumo de energia, seria necessário pensar na mudança de horários de trabalho, fechando empresas, lojas e escolas entre o meio-dia e as cinco da tarde de Junho a Setembro, mantendo-as abertas até às oito ou nove da noite, de modo a poupar os ares condicionados - cuja factura vai subir em flecha. Modificar os regulamentos da construção civil, de modo a impor pés-direitos mais altos, menos janelas a poente, sistemas de arrefecimento não eléctricos. Para alterações deste calibre - que são alterações quase de civilização -, seria preciso um regime muito diferente deste, um regime de dirigentes capazes de dizer a verdade, de mobilizar os cidadãos, de manter as mãos limpas. Vivo no campo ou perto do campo, na região centro, há já alguns anos. Há três Verões que me sento a trabalhar, enquanto a cinza cai de mansinho no meu teclado, em cima dos meus livros, no chão que piso. Não tenho culpa do que é hoje este país e o regime que o representa: militei e votei sempre em partidos que apregoavam querer outro tipo de regime e deixei de militar e de votar quando vi esses partidos tornarem-se tão legitimistas como os outros. Espero um rebate de consciência política por parte destes políticos, ou o aparecimento de outros. Faço como muitos portugueses: espero por D. Sebastião, desempenho a minha profissão o melhor que posso, e penso em emigrar. Historiador (Podentes, concelho de Penela) (do Público, 11-08-05)
descobri este blog/site atráves do souselense. é muito interessante. ( para quem gosta destas coisas) podem visitar que vão certamente achar algo de que vão gostar. eu numa vida passada fui um lindo Guerreiro . aha ha ha ah..
hoje recebi este mail.. fui uma vez ao site do tiago monteiro e deixei lá um comentario.. ele foi boa pessoa e até me agradeceu.. podem visitar em http://www.tiagomonteiro.com/
Terminou em 13º lugar o 13º Grande Prémio consecutivo
Muito calor e uma pista difícil e muito escorregadia, obrigaram Tiago Monteiro a um cuidado especial para levar até ao final o seu Jordan EJ 15 Toyota, conseguindo novamente superar as dificuldades criadas por outros pilotos e que o obrigaram a uma paragem suplementar nas Boxes e também a perder o contacto com o pelotão.
O piloto português realizou novamente uma excelente partida, mas ao chegar à travagem para a primeira curva foi tocado pelo Minardi de Christian Albers que seguiu em frente, batendo no Jordan Toyota nº18 obrigando o português a ir às boxes logo de seguida para reparar os danos, ficando com a sua prova desde logo comprometida. Tiago Monteiro terminou o Grande Prémio da Hungria no 13º lugar e mantém a 14ª posição no Campeonato do Mundo, liderando a posição nesta tabela entre os pilotos que se estão a estrear este ano na disciplina.
Terminar todas as corridas do Mundial tem sido um facto muito comentado na Formula 1, principalmente quando o piloto português consegue superar dificuldades inerentes a este desporto, como o que aconteceu na Alemanha e agora na Hungria, em que Tiago Monteiro não consegue evitar os toques que leva dos seus adversários e que o impediram de alcançar ainda melhores resultados. Apesar disso, foi notório o empenhamento de Tiago Monteiro até cortar a meta.
Apesar de partir do último lugar da Grelha de Partida, Tiago Monteiro voltou a impressionar: Fiz um excelente arranque, passei os dois Minardis e o Narain e na travagem estava a ir por fora já a passar o Villeneuve, mas o Albers bateu no meu carro e furou o meu pneu traseiro direito, ele tinha já sido empurrado pelo Webber. Tive de vir às boxes mudar o pneu mas não reabasteci porque o regulamento não permite e por isso perdi logo uma volta. A partir dessa altura forcei o mais possível para recuperar algum tempo ao Narain e ao Albers, sempre a atacar, como se pode verificar pelos tempos feitos durante a corrida, explicou Tiago Monteiro após a corrida realizada sob um forte calor.
O carro estava bom, teve um bom comportamento, os pneus não foram problema e neste ponto estou muito satisfeito. A equipa confirmou o contrato com a Toyota para 2006 o que é muito importante, e o recrutamento do Johnny Herbert pode ser muito positivo, mas ainda está a conhecer a equipa, Concluiu Tiago Monteiro, o piloto português que está a deixar marcas muito positivas na Formula Um.